
DEVASTAÇÃO
Floresta com Araucária, quase extinta
Resta pouco – 1 a 2% – do que um dia foi a maior floresta do sul do Brasil. Decisões políticas equivocadas, desmatamento desenfreado e completo descaso pela natureza devastaram imensas áreas de uma exuberante vegetação. E muito pouco está sendo feito para reverter essa situação. Livro lançado este mês registra o drama desse ecossistema.
Suzana Camargo – Edição: Mônica Nunes
Planeta Sustentável – 20/12/2010
Planeta Sustentável – 20/12/2010
Vale a pena repetir. Restaram somente cerca de 1% a 2% da cobertura original da Floresta com Araucária, que, no passado, cobriu grande parte do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e, ainda, áreas menores na região da Mantiqueira – São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Se não bastasse a percentagem chocante, é mais revoltante ainda descobrir que o estado do Paraná continua sendo, ainda hoje, o maior exportador de araucária do país. Realmente, não faz o menor sentido, principalmente quando se leva em conta que o belíssimo pinheiro do Paraná é um dos símbolos desse estado.
Não é de hoje que a floresta, que abriga essas espécies centenárias, quase milenares, vem sendo maltratada. A história é antiga. Entretanto, é preciso explicar a importância desse bioma para o ecossistema brasileiro.
Até hoje, no mundo todo foram identificadas 41 espécies de árvores da Família Araucariaceae, distribuídas em três gêneros: Agathis, Wollemia e Araucaria. A Araucaria é subdividida em 19 espécies, todas elas encontradas no Hemisfério Sul, incluindo pequenas áreas na Oceania e Austrália. Na América do Sul, existem apenas duas espécies: a Araucária-do-chile, presente no Chile e Argentina, e a Araucária ou Pinheiro-brasileiro, localizado no Brasil e em pequenas manchas no Paraguai e também na Argentina. No Paraná, a Floresta com Araucárias chegou a cobrir 40% da superfície, em Santa Catarina 30% e Rio Grande do Sul 25%. Com seu imponente tronco e a copa voltada para o sol, a araucária levava beleza e biodiversidade para a região.
Acredita-se que a Floresta com Araucária começou a tomar forma no sul do Brasil após a última glaciação do planeta e atingiu o ápice há aproximadamente 2.200 anos. “Essa floresta é uma das formas de vegetação mais antigas do mundo, que são as florestas com coníferas”, explica Mauricio Savi, doutor em engenharia florestal e mestre em conservação da natureza pela Universidade Federal do Paraná. Inicialmente sendo mais predominante na região sudeste do país, com o aumento da umidade no sul, a floresta encontrou as condições perfeitas para se desenvolver plenamente. Uma araucária vive, em média, 700 anos, entretanto algumas podem chegar a mais de mil anos de vida.
Pesquisadores afirmam que a Floresta com Araucária chegou a ocupar aproximadamente 200 mil quilômetros quadrados do chamado Planalto Meridional. Principal espécie desse ecossistema, ela não é a única. Rica em biodiversidade, a floresta é formada por outras centenas de espécies vegetais e animais. Já foram identificadas nela mais de 1.500 espécies botânicas entre herbáceas, arbustivas e arbóreas, além de epífitas, musgos e fungos. “A floresta apresenta uma fauna exuberante, característica do sul do Brasil, podendo-se encontrar tucanos, gaviões, lobos-guarás, codornas, saracuras, emas. Infelizmente com a devastação das florestas, alguns desses animais entraram em extinção”, afirma Savi.
Foi nas primeiras décadas do século XX que a maior floresta do sul do Brasil começou a ser destruída. No Rio Grande do Sul, na divisa com a Argentina e Uruguai, os “coronéis” de estâncias se tornaram bastante fortes politicamente e influenciaram a maneira como a floresta passou a ser vista e tratada. “Impulsionados pelo governo Getúlio Vargas, os gaúchos foram incentivados a ocupar as terras do Paraná e Santa Catarina. Para isso, foram devastando a Floresta com Araucária. Naquela época, o lema era terra boa é terra limpa”, conta o biológo. “Ainda hoje é lei, acredite ou não. A floresta cortada ou dizimada vale mais que a floresta em pé”.
Para trazer abaixo essa vegetação secular foi usado, num primeiro momento, p fogo e, em seguida, o machado.
Não é de hoje que a floresta, que abriga essas espécies centenárias, quase milenares, vem sendo maltratada. A história é antiga. Entretanto, é preciso explicar a importância desse bioma para o ecossistema brasileiro.
Até hoje, no mundo todo foram identificadas 41 espécies de árvores da Família Araucariaceae, distribuídas em três gêneros: Agathis, Wollemia e Araucaria. A Araucaria é subdividida em 19 espécies, todas elas encontradas no Hemisfério Sul, incluindo pequenas áreas na Oceania e Austrália. Na América do Sul, existem apenas duas espécies: a Araucária-do-chile, presente no Chile e Argentina, e a Araucária ou Pinheiro-brasileiro, localizado no Brasil e em pequenas manchas no Paraguai e também na Argentina. No Paraná, a Floresta com Araucárias chegou a cobrir 40% da superfície, em Santa Catarina 30% e Rio Grande do Sul 25%. Com seu imponente tronco e a copa voltada para o sol, a araucária levava beleza e biodiversidade para a região.
Acredita-se que a Floresta com Araucária começou a tomar forma no sul do Brasil após a última glaciação do planeta e atingiu o ápice há aproximadamente 2.200 anos. “Essa floresta é uma das formas de vegetação mais antigas do mundo, que são as florestas com coníferas”, explica Mauricio Savi, doutor em engenharia florestal e mestre em conservação da natureza pela Universidade Federal do Paraná. Inicialmente sendo mais predominante na região sudeste do país, com o aumento da umidade no sul, a floresta encontrou as condições perfeitas para se desenvolver plenamente. Uma araucária vive, em média, 700 anos, entretanto algumas podem chegar a mais de mil anos de vida.
Pesquisadores afirmam que a Floresta com Araucária chegou a ocupar aproximadamente 200 mil quilômetros quadrados do chamado Planalto Meridional. Principal espécie desse ecossistema, ela não é a única. Rica em biodiversidade, a floresta é formada por outras centenas de espécies vegetais e animais. Já foram identificadas nela mais de 1.500 espécies botânicas entre herbáceas, arbustivas e arbóreas, além de epífitas, musgos e fungos. “A floresta apresenta uma fauna exuberante, característica do sul do Brasil, podendo-se encontrar tucanos, gaviões, lobos-guarás, codornas, saracuras, emas. Infelizmente com a devastação das florestas, alguns desses animais entraram em extinção”, afirma Savi.
Foi nas primeiras décadas do século XX que a maior floresta do sul do Brasil começou a ser destruída. No Rio Grande do Sul, na divisa com a Argentina e Uruguai, os “coronéis” de estâncias se tornaram bastante fortes politicamente e influenciaram a maneira como a floresta passou a ser vista e tratada. “Impulsionados pelo governo Getúlio Vargas, os gaúchos foram incentivados a ocupar as terras do Paraná e Santa Catarina. Para isso, foram devastando a Floresta com Araucária. Naquela época, o lema era terra boa é terra limpa”, conta o biológo. “Ainda hoje é lei, acredite ou não. A floresta cortada ou dizimada vale mais que a floresta em pé”.
Para trazer abaixo essa vegetação secular foi usado, num primeiro momento, p fogo e, em seguida, o machado.
ANTES DE IMPRIMIR, PENSE NO PLANETA!
Amanhã teremos a 3° reportagem que também será do tópico AMBIENTE, e seu tema será:
GEOLOGIA: Não acorde o gigante.
Não perca esta 3° reportagem, ela vai estar no blog amanhã dia 02/02/2011. Até mais.
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